O NACIONALISMO NEGRO - Rodrigo Constantino
“O racialismo exibe-se, agora, como ele realmente é: um programa
de divisão dos brasileiros segundo o critério envenenado da raça.” –
Demétrio Magnoli
Thomas Sowell já havia alertado: uma vez que programas de ações
afirmativas são adotados, raramente são temporários e quase sempre se
expandem. É o que estamos vendo no Brasil de hoje. As cotas raciais, que
segregam o povo com base no esdrúxulo conceito de raça (para combater o
racismo!), vão chegar ao Congresso, aos cargos públicos, a todo lugar
no que depender dos seus defensores.
Demétrio Magnoli, em artigo no GLOBO, desmascara as reais intenções dessa turma. Nunca bradam
abertamente seus reais objetivos, pois sabem que haveria muita rejeição.
Por isso usam tantas máscaras, e procuram monopolizar os fins nobres,
quais sejam, ajudar os negros e combater o racismo. Se você se coloca
contrário aos meios por eles pregados, você só pode ser contra seus fins
louváveis! Diz Demétrio:
As diferenças históricas entre EUA e
Brasil têm implicação direta na gramática do discurso político. Lá, o
nacionalismo negro é uma proposição clara, que provoca um debate público
informado — e, quando Barack Obama se define como mestiço, emerge uma
resposta desconcertante no cenário conhecido da polaridade racial. Aqui,
os arautos do nacionalismo negro operam por meio de
subterfúgios, escondendo-se atrás do pretexto fácil da desigualdade
social — e encontram políticos oportunistas, juízes populistas e
intelectuais preguiçosos o suficiente para conceder-lhes o privilégio da
prestidigitação.
“Tirem a máscara!” — eis a exigência que
deve ser dirigida aos nossos racialistas, na hora em que apresentam a
PEC do Parlamento Racial. Saiam à luz do dia e conclamem o
Brasil a escrever uma nova Constituição, redefinindo-se como um Estado
binacional. Digam aos brasileiros que vocês não querem direitos iguais e
oportunidades para todos numa república democrática, mas almejam apenas
a condição de líderes políticos de um movimento racial. Vocês não têm
vergonha de ocultar seu programa retrógrado à sombra da persistente
ruína de nossas escolas públicas?
Não, eles não têm vergonha. Se tivessem, não defenderiam as cotas
raciais, não tentariam dividir o Brasil em dois, não rotulariam as
intenções daqueles que deles discordam. Fazem tudo isso porque não têm
vergonha. Vão acabar criando conflitos raciais em um país mestiço. Vão
prejudicar os pobres que têm a cor de pele mais clara à custa de uma
elite parda.
Mas ai de quem falar isso abertamente! Para uma Míriam Leitão da
vida, será logo tachado de “direita hidrófoba”, que não foca nos
argumentos e só quer fama. Ela, que não liga para fama, dinheiro ou
vaidade, e só foca nos argumentos, dirá logo que a cor da pele é um
argumento definitivo. E se alguém tradicionalmente de esquerda como o
sociólogo Demétrio Magnoli não concordar, ele que vá para o rol dos
reacionários raivosos!
PS: Deu no Ancelmo Gois hoje que outro sociólogo, Paulo Delgado,
teria dito sobre a frustração de muitos com Obama: “Todo mundo pensava
que ele era preto. Mas depois descobriram que ele é mesmo… americano”.
Confirma isso, produção? Pode isso, Arnaldo? Isso é racismo reverso,
claro! Mas esse pode, pelo visto. Sowell, citado logo no começo, é negro
e americano. Mas vai ver ele é só americano, coisa ruim, e traidor de
sua “raça”. Conheço pouca gente tão racista quanto aqueles que juram
lutar contra o racismo e enxergam o mundo dividido apenas em raças…
FONTE: http://veja.abril.com.br/blog/rodrigo-constantino/racismo/o-nacionalismo-negro/
O fato é que, um negro, por sua complexidade histórica, deve ser banhado pela afrocentricidade. E, um negro que "abriu os olhos", percebe facilmente que o Brasil sempre foi dividido. Os militantes sempre enxergaram isto, os brancos poucos enxergam (alguns preferem nem enxergar). E os não militantes, estes só nos restam a seguinte frase: “Libertei muitos escravos. E teria libertado muitos mais se pelo menos eles soubessem que eram escravos.”
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