RESPOSTA À MONS. ROCHA, 43 ANOS DEPOIS...
No próximo dia 22 de maio será comemorado o centenário de nascimento de
Mons. Pedro Rocha de Oliveira. Outro dia, escrevi uma matéria sobre o
amigo Antonio Mascarenhas, hoje, na supremacia dos seus 95 anos, cuja imagem de Vaqueiro permanece indelével até os dias atuais.
Não poderia ser diferente, com um outro amigo que tive e que nos deixou
muito cedo...Mons. Rocha é a mais aproximada expressão de santidade,
que um ser humano possa alcançar em vida. Este fato se completou com o
seu passamento e que, ao longo dos anos, com a extinção de suas
qualidades, que não mais se repetem nos tempos hodiernos...
Sim! Fomos amigos! Apesar da diferença de idade e da minha
impossibilidade de compreender os assuntos de "gente grande", Mons.
Rocha voltava a ser "criança" e conversamos de "igual para igual"...
Jamais esquecerei de sua gargalhada maravilhosa e alta, apesar do
silêncio hospitalar... Mas não dava para segurar!
Em muitas
oportunidades eu acompanhava meu Pai ao Hospital São Francisco de Assis,
onde Mons. Rocha era Diretor. Eu via, apensar da tenra idade, que os
dois faziam uma "dobradinha perfeita", quando se tratava de cuidar dos
Pobres, dos mais humildes... Mons. Rocha e meu Pai eram amigos porque a
sintonia dos seus "Corações Humanos" falavam a mesma língua, tinham as
mesmas ideias e suas atitudes convergiam para um só caminho, sem
demagogia, por puro altruísmo.... era a prática da CARIDADE, na mais
pura acepção do termo.
Saudade do amigo, que prenunciava ser eu
um futuro médico, pela palavras deixadas em sua Carta, endereçada à
minha pessoa, quando completei meus cinco anos de vida. É certo que ele
não acertou em minhas escolhas profissionais. Entretanto, meu amigo Mons
Rocha, acertou quando vaticinou que eu seria, "UM BOM FILHO, UM BOM
CRISTÃO, UM BOM AMIGO, UM CIDADÃO QUE HONRA A SUA FAMÍLIA, A SUA TERRA E
A SUA PÁTRIA", em 29 de outubro de 1970.
Escrevo estas
palavras com o peito arrochado de emoção e, apesar de não ter tido a
oportunidade de conversar com ELE - de homem para homem - pois sua breve
partida, para assumir de volta a sua cadeira cativa no "parlamento
celestial", nos deixou um vazio até hoje inocupado...
Mas, o
que me deixa feliz, apesar de ter vivido toda esta ausência de um amigo,
que pouco ficou entre nós, é ter tido o privilégio de assistir parte de
sua história, de ver o seu exemplo, de observar as suas ações de um
verdadeiro executor da obra de Cristo. Sua curta passagem, valeu muito
mais do que muitas vidas longas e infrutíferas...
Ao amigo
Mons. Rocha (in memoriam) agradeço pelas palavras desta Carta, que agora
respondo após passados 43 anos, pelas belas palavras, principalmente,
por ter tratado a criança George Macário de Brito sempre com muita
alegria, generosidade...e, em muitas e muitas vezes... ter voltando no
tempo, para falar comigo, de igual para igual, como duas crianças de
cinco anos.
A História de homens como Mons. Rocha nunca será esquecida...
Não é por acaso que ele é chamado de APÓSTOLO DA CARIDADE.
George Macário de Brito
Advogado e Artista Plástico
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