CONTROLE DA MÍDIA E O ABSCURANTISMO
Por Antonio Imbassahy
Partidos políticos, organizações, entidades, meios de comunicação e
cidadãos que acreditam na democracia e estão comprometidos com os
direitos e as liberdades individuais e coletivas garantidas pela
Constituição do país, em alerta! Explico: No dia 2 de março passado o
diretório nacional do PT-Partido dos Trabalhadores divulgou uma
resolução convocando a sua militância em todo o país para iniciar, já,
uma campanha de coleta de mais de 1,5 milhões de assinaturas com o
objetivo de 'apresentar ao Congresso um Projeto de Lei de iniciativa
popular em favor de um novo marco regulatório das comunicações, tal como
proposto pela CUT, pelo Forum Nacional de Democratização da Comunicação
e outras entidades'...
Como veremos a seguir, sob o engodo de 'um novo marco regulatório', o
que o partido do poder busca mais uma vez, de fato, é criar mecanismos
'legais' de controle dos veículos e do conteúdo da informação em todo o
Brasil. Ou seja, almejam, e já estão a brigar por isso, que representará
a volta da inominável censura, a mesma que tanto maculou nossa história
e as liberdades individuais nos tempos mais cinzentos da ditadura
militar, e que tantas críticas mereceu, de forma contundente, da
militância petista.
Não, não estamos a imaginar fantasmas, vendo o que não existe.
Observem com atenção o que diz o documento do PT: '... O FNDC reivindica
que este marco regulatório contenha também mecanismos de controle, pela
sociedade, de seu conteúdo e da extrapolação de audiência[...]
mecanismos que estimulem e permitam o controle público sobre a
programação'... E por aí vão.
Ora, o controle da mídia, dos meios de comunicação é algo
antidemocrático, inaceitável e incompatível com o momento em que
vivemos. Significa um retrocesso, só explicável como delírio autoritário
de mentes retrógradas, regressão a um passado sombrio, que os setores
mais avançados e comprometidos com as liberdades democráticas e com a
modernidade certamente não deverão aceitar em nenhuma hipótese.
É lamentável e inacreditável que um partido político, que se diz
popular e que se apresenta como representante da classe trabalhadora
brasileira, tente, dessa forma obstinada, amordaçar a mídia, o
pensamento, justo em um instante de intensa disseminação da informação
em tempo real, globalizada. Isso já quase nos meados da segunda década
de um novo milênio, do século XXI, quando se consolida uma das maiores
revoluções da história da humanidade, exatamente na área das
comunicações, da informação imediata.
Esses arautos do atraso por certo escondem fortes motivos suspeitos
por trás de seus abjetos objetivos. O Brasil moderno e democrático, que
caminha rumo à transparência, não comporta tais atos de obscurantismo e a
sociedade organizada vai lutar contra eles. Não aceitaremos tamanho
golpe contra a democracia estabelecida.
Fonte:http://www.brasil247.com/pt/247/poder/96704/
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